S. Miguel do Rio Torto: Actualidade e História

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Natural de S. Miguel do Rio Torto (Abrantes). Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Estágio Profissional no Arquivo Histórico do Concelho de Abrantes. Pós-graduado em Ciências Documentais (Arquivo). Organizei e Inventariou o Arquivo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Mestre em História - Museologia pela Universidade de Coimbra. Interesses de Investigação: Maçonaria, História da vida estudantil, História da Universidade, Patrimónios material e imaterial da vida estudantil. Museu Académico de Coimbra. Autor de vários livros como as biografias de Lucas Junot, Dr. Joaquim Isabelinha e de instituições como o Museu Académico de Coimbra. Actualmente sou técnico superior da Universidade de Coimbra e Mestre de Cerimónias Adjunto no Protocolo da Universidade de Coimbra.

segunda-feira, março 12, 2007

O VINHO DE S. MIGUEL DO RIO TORTO: UM DOS "CARTÕES DE VISITA" DA NOSSA TERRA

Desde tempos remotos que o vinho é consumido, não vamos mais aquém que a Antiguidade Clássica, com a Civilização Romana. Quando Júlio César anexou a Gália (hoje França) ao Imperio Romano, já esta região produzia bons vinhos (por isso os vinhos franceses e as regiões demarcadas de França são famosas), tanto que o próprio imperador Romano consumia os bons vinhos da produzidos na então Gália, pois já os Latinos diziam: IN VINO VERITAS (na verdade do vinho).
Na Idade Média, o vinho fazia parte do quotidiano da alimentação do homem medieval que era à base de pão e vinho, tal como as próprias comunidades religiosas desenvolveram a vitivinicultura, pois havia muitas Abadias e Mosteiros que tinham propriedades com vinhas.
Portugal também produziu vinho e actualmente tem várias regiões demarcadas e vinhos célebres como o da Madeira e o do Porto (que serviu sempre para comércio com a Inglaterra).
Quanto ao vinho de S. Miguel do Rio Torto em particular, não me é possível referir desde quando é produzido o vinho da nossa terra, certo é que já os nossos avós e bisavós falam das vinhas que curiosamente até nem são em S. Miguel do Rio Torto, mas no "Fojo", em que umas vinhas poderão ser da Freguesia de S. Miguel do Rio Torto e outras poderão ser na Freguesia de Rossio ao Sul do Tejo (quem tiver dúvidas, é favor consultar o Decreto-lei n º 24574 de 19 de Outubro de 1934, que está num artigo deste blog).
Em relação à elaboração do precioso nectar tinto é um longo caminho, que passa por podar as videiras e esperar que não caia geada na altura em que é prejudicial à uva.
Mais ou menos em finais de Agosto a uva já está boa para ser vindimada, é nesta altura que se fazem as vindimas, os proprietários de várias vinhas entreajudam-se na vindima, na pisa da uva (hoje já com a ajuda dos esmagadores) e no transporte desta para os depósitos onde o mosto fermentará, sendo de salientar que actualmente a tarefa é mais fácil, já que os mais idosos referem que antigamente a uva vinha numa dorna em cima de uma carroça pela ladeira de S. Miguel acima, perdendo-se muito vinho devido ao trajecto ser longo, além de por vezes os animais que puxavam as carroças pararem ao meio da ladeira e recusarem-se a andar, para desespero dos seus donos ....
Depois do vinho "cozido", é esperar pelo S. Martinho para ser provado (embora também haja quem o prove antes ... às escondidas).
Nas provas de vinho, a malta que se entreajudou junta-se de novo para ir provar o vinho das várias adegas.
O vinho de S. Miguel do Rio Torto é dos vinhos caseiros mais afamados da região e caracteriza-se por ser bom mas também muito forte (este ano tem uma média de 15 º), acompanhando sempre um bom petisco.
Normalmente o vinho de S. Miguel do Rio Torto tem duas saídas: ou é para consumo próprio ou para venda, sendo comum cada casa que vende vinho ter um ramo de louro pendurado, mas também não esqueçamos uma coisa: em S. Miguel do Rio Torto, rara é a casa que não tem a sua adega particular, por isso, quem passar por S. Miguel do Rio Torto já sabe que deve beber o bom vinho de S. Miguel.
Já que falámos de vinho, permitam-me que termine o artigo com a "oração ao vinho" que tantas vezes ouvi, que consegui fixar os versos, que fui ouvindo, mas desconheço de quem seja a autoria, e aqui vão:
Ó meu vinho cristalino
Criado nas verdes matas
Até os mais valentes
Fazes andar de gatas
Nossa Sr. ª dos aflitos
Nossa Sr. ª dos pastéis
Faz com que o nosso vinho
Não se acabe nos tonéis
E que a aguardente seja cada vez mais forte
E a possamos beber até à morte
E que nunca nenhum Guarda Republicano
Ou qualquer outro sacana
Nos ouse fazer mal
Já que da terra nasceu,
Da parreira dei o cacho
Muito embora entonteça
Vai pelas guelas abaixo
Após isto, bebe-se o vinho
Imagem: um típico depósito de vinho.

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