S. Miguel do Rio Torto: Actualidade e História

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Natural de S. Miguel do Rio Torto (Abrantes). Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Estágio Profissional no Arquivo Histórico do Concelho de Abrantes. Pós-graduado em Ciências Documentais (Arquivo). Organizei e Inventariou o Arquivo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Mestre em História - Museologia pela Universidade de Coimbra. Interesses de Investigação: Maçonaria, História da vida estudantil, História da Universidade, Patrimónios material e imaterial da vida estudantil. Museu Académico de Coimbra. Autor de vários livros como as biografias de Lucas Junot, Dr. Joaquim Isabelinha e de instituições como o Museu Académico de Coimbra. Actualmente sou técnico superior da Universidade de Coimbra e Mestre de Cerimónias Adjunto no Protocolo da Universidade de Coimbra.

terça-feira, janeiro 02, 2007

A Confraria das Almas de S. Miguel do Rio Torto



É certo que o artigo se debruça sobre a Confraria das Almas de S. Miguel do Rio Torto, no entanto, no sentido de enquadrar a Confraria achei por bem explicar o contexto das Confrarias e para o que são.
As Confrarias existem desde há muito e já são referidas no Século VII no Concílio de Nantes, no qual foram publicadas leis em como as Confrarias se destinavam às obras de piedade e misericórdia (1).
As Confrarias caracterizavam-se pelos valores de fraternidade e irmandade, pois os próprios confrades são como irmãos - Frater - até mesmo na língua Italiana na actualidade há semalhança, já que irmão em Italiano é Frateri. Estes Irmãos agrupavam-se normalmente para o auxílio mútuo (2).
Outro aspecto que não podemos deixar de referir, são as fortes ligações entre as Confrarias e a Igreja, demonstrados por estudos realizados em França, segundo os quais, as Confrarias tinham as seguintes características: eram um intermediário entre a Igreja e os Fiéis; através das Confrarias, a Igreja conseguiu promover novas devoções, entre outros aspectos. (3)
O caso da Confraria das Almas de S. Miguel do Rio Torto, sabe-se que esteve em actividade entre 1765 e 1856, conforme prova a única documentação da Confraria: o Livro de Receita e Despesa, embora haja falhas de anos nas datas extremas.
O Livro está encadernado em pele de carneiro de boa qualidade e, tal como o nome indica, tem as Receitas e Despesas da Confraria, elaboradas anualmente, por isso, resolvemos inserir no post a Receita e Despesa no ano de 1766, ou seja, em que havia receitas e despesas:
RECEITA
- Prestaçam dos dizimeiros: dous mil oito centos e outenta;
- Prestaçam de Esmolas: dous mil seis sentas e setenta;
- De fogasas: quatro centos e cinco reis;
- De Confrades: quinhentos e outenta;
- Da azeitona: seis centos cincoenta e seis
DESPESA
- Da soma rubrica deste livro: nove centos e vinte;
- Com as contas: trezentos e vinte;
- Com o Pregador: Mil e Duzentos;
- Com os priores: Mil novecentos e vinte;
- Com o padre cura: Novecentos e Cinquenta e Seis;
- Com os Eremitas: Duzentos e Cincoenta;
- Com quem foi buscas: setenta reis;
- Com o Livro para Inventário: setenta e seis;
- Com cera: Dous Mil e quatro centos;
- Com as Missas dos Confrades: Quinhentos e Outenta Reis;
- Com a Fábrica: Quinhentos e outenta Reis.
Dado que é o único documento existente, é tudo o que podemos referir sobre a Confraria.
Notas:
(1) - ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DA CULTURA. Lisboa/Rio de Janeiro, s/d. p. 888.
(2) - DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE PORTUGAL. Porto: Livraria Figueirinhas, s/d. p. 153
(3) - LANGLOIS, Claude; GOUJARD, Philippe - Les Confréries do Moyen Age à nos Jours: Nouvelles Approches. Rouen: Presses Universitaires de Rouen, 1995. p. 23.
Nota: As imagens do Livro de Receita e Despesa da Confraria das Almas de S. Miguel do Rio Torto são do autor, tendo sido captadas após autorização oral da Directora do Arquivo Distrital de Santarém, entidade reponsável por esta documentação.

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