S. Miguel do Rio Torto: Actualidade e História

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Natural de S. Miguel do Rio Torto (Abrantes). Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Estágio Profissional no Arquivo Histórico do Concelho de Abrantes. Pós-graduado em Ciências Documentais (Arquivo). Organizei e Inventariou o Arquivo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Mestre em História - Museologia pela Universidade de Coimbra. Interesses de Investigação: Maçonaria, História da vida estudantil, História da Universidade, Patrimónios material e imaterial da vida estudantil. Museu Académico de Coimbra. Autor de vários livros como as biografias de Lucas Junot, Dr. Joaquim Isabelinha e de instituições como o Museu Académico de Coimbra. Actualmente sou técnico superior da Universidade de Coimbra e Mestre de Cerimónias Adjunto no Protocolo da Universidade de Coimbra.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Os Róis de Confessados de S. Miguel do Rio Torto: texto introdutório


Os Róis de Confessados e Comungados são uma fonte histórica muito importante para o estudo da população, número de casas (designadas por fogos), arruamentos, profissões, genealogia, entre outras coisas. Contudo, será conveniente explicar o que são os Róis de Confessados.
Após o Concílio de Trento, com o objectivo de controlar quem ia à Igreja confessar-se, os párocos eram obrigados a elaborar os Róis de Confessados e Comungados que consistiam numa lista dos habitantes da paróquia que eram ordenados primeiro por local, depois por fogo e seguidamente pela hierarquia familiar. Assim, em cada família, tinham as relações de parentesco em relação ao "cabeça de família", por vezes a profissão e o sinal se confessaram e comungaram, assinalado com a letra C à frente do nome. Por vezes surgiam também casos especiais em que o pároco anotava: mentecapto, doido, maluco, avariado das ideias, faleceu, morreu, ausente em ... e muitas outras anotações.
Além disto, também era um excelente instrumento ao serviço da Inquisição no tempo em que esta esteve activa, pois quem não estivesse assinalado como tendo ir confessar, tinha de arranjar boas explicações para tal.
Noutra perspectiva, também será conveniente referir que os Róis de Confessados e Comungados também se podem revelar uma "faca de 2 gumes" no estudo da população por uma razão devidamente fundamentada: os menores de 8 anos não se iam confessar nem comungar porque à luz das doutrinas da Igreja eram considerados inocentes, por isso, não figuram nos seus nomes nos Róis de Confessados e Comungados, ficando assim a população de idade inferior a 8 anos excluida desta fonte histórica.
Além da população, os Róis de Confessados e Comungados também permitem o estudo da evolução dos arruamentos ou locais na Freguesia, nomadamente os fogos e habitantes que cada arruamento ou local tem, ou a evolução do número de casas em cada local ou arruamento, sendo que nesta época as casas designam-se por "fogos", mas se recuarmos ainda mais no tempo, têm a designação de "vezinhos", que confunde muita gente que afirma que são os habitantes, no entanto são as casas.
Pelos Róis de Confessados e Comungados também é possível saber as profissões, quando estas vêm assinaladas, além de se saber quem era o Presidente da Junta de Paróquia (antecessor do Presidente da Junta de Freguesia), função que era desempenhada pelo pároco que era quem elaborava os Róis de Confessados e Comungados e na nota final assinava.
Os Róis de Confessados e Comungados de S. Miguel do Rio Torto, fazem parte do acervo documental do Arquivo Distrital de Santarém e têm as datas extremas de 1859 e 1897, no entanto, com muitas falhas de datas que se perderam.
Nota: Imagem de todos os Róis de Confessados e Comungados de S. Miguel do Rio Torto que se encontram no Arquivo Distrital de Santarém.
Nota 1: Imagem captada após autorização verbal da Directora do Arquivo Distrital de Santarém.

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